De vez em quando, é bom a gente se perguntar quais as prioridades que damos às pessoas... O cotidiano de todos nós é sempre tão corrido e cheio de coisas a serem realizadas, que se não estivermos atentos corremos o risco de cair no ativismo e deixar de lado aqueles que o Senhor coloca na nossa vida.
A liturgia deste domingo vem justamente nos lembrar sobre a importância de acolhermos bem. Mas o que é “acolher bem”? Se, por exemplo, alguém vai a nossa casa, preparamos um cardápio especial e deixamos tudo arrumadinho. Se um chefe de outro departamento vai ao nosso setor, nos afobamos para mostrar todas as atividades e desempenhos. Mas será que isso é o mais importante? Se observarmos direitinho, veremos que, nessas situações, muitas vezes estamos ali só de corpo presente, porque nosso pensamento já está na próxima atividade a ser desempenhada!
Que qualidade de acolhimento estaremos oferecendo, se não estivermos integralmente focados na pessoa que vem até nós? Acolher bem é mais do que preparar e realizar coisas para o bem-estar do outro. Mas, antes, dar atenção, ouvir, compreender, gastar o nosso tempo, amar com atitudes concretas. Exatamente como, na narração do Evangelho, fez Maria (“Sentou-se aos pés do Senhor, e escutava a sua palavra” Lc 10, 39b), ao contrário de sua irmã, Marta, que estava preocupada com tudo e não conseguia dar atenção a Jesus:
“Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas. Porém, uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada”. (Lc 10,41b-42)
Infelizmente, estamos habituados a fazer muitas coisas ao mesmo tempo e não nos entregamos a nenhuma delas por completo. Por isso é que precisamos nos treinar para não agirmos da mesma maneira com as pessoas. Não podemos desperdiçar essas ocasiões de convivência, distraídos com afazeres, porque, quando as vivenciamos bem, o próprio Deus fala conosco e até nos refaz de nosso cansaço do dia a dia! O outro é sempre um presente para nós e é digno de atenção.